A iluminação elétrica chegou ao Brasil, principalmente na iluminação pública, mostrando-se mais eficiente que os métodos anteriormente adotados, como o gás ou o querosene, num período histórico em que o país esteve entre os pioneiros mundiais na aplicação de energia elétrica. Isto foi possível graças ao interesse do Imperador Dom Pedro II, um entusiasta da ciência, pela tecnologia emergente.

O início da iluminação elétrica no Brasil
Ponte das Barcas

O monarca brasileiro permitiu que o americano Thomas Alva Edison introduzisse dispositivos e processos por ele inventados para serem usados na iluminação elétrica pública do país. Em 1879, Dom Pedro II inaugurou o primeiro serviço permanente de iluminação elétrica do país na antiga estação da Corte, na Estação Ferroviária D. Pedro II, atual Estrada de Ferro Central do Brasil, no Rio de Janeiro. Foram instaladas seis lâmpadas de arco voltaico do tipo Yablochkov, substituindo 46 jatos de gás.


Em 1881, mais 16 lampiões foram instalados no Campo da Aclamação, atual Praça da República, também no Rio de Janeiro, com energia fornecida de um locomóvel com dois dínamos.

Em 1883, a cidade de Campos dos Goytacazes, no litoral norte do Rio de Janeiro, tornou-se a primeira cidade sul-americana a ter iluminação elétrica pública completa. O imperador Dom Pedro II inaugurou uma máquina térmica movida por três dínamos de 52 kW, capaz de fornecer energia a 39 lâmpadas com duas mil velas cada. O Brasil foi o quinto país do mundo a ter uma cidade totalmente iluminada por luz elétrica, depois da Inglaterra, Estados Unidos, França e Alemanha.

O início da iluminação elétrica no Brasil
Baile da Ilha Fiscal

Em 1887, o mecânico e eletricista alagoano Argemiro Augusto da Silva inaugurou a iluminação pública na cidade de Maceió com sua invenção chamada “Lâmpada dos Alagoas”, que utilizava uma inovação tecnológica baseada em fibras vegetais.

Em 1883, uma usina hidrelétrica foi inaugurada em Diamantina, no Ribeirão do Inferno, para abastecer uma operação de mineração. Em 1889, foi inaugurada a primeira usina elétrica da América do Sul, a Usina de Marmelos. Mantida por Bernardo Mascarenha, a usina tinha como objetivo fornecer energia para sua fábrica de tecidos e para a cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. A usina oferecia tanto corrente contínua para iluminação quanto corrente alternada para operação de motores.


Durante o Baile da Ilha Fiscal, última festa da Monarquia brasileira, a ilha foi iluminada com noventa e seis lamparinas, equivalentes a mil novecentos e vinte velas. Todo o Paço Imperial foi iluminado com luz elétrica, e grandes refletores de navios iluminaram o Paço, a Capela Imperial e a Igreja da Ordem Terceira do Carmo.


Referência: TERRA, Paulo Cruz. Os Poderes Municipais e a Cidade: Império e República. Brasil: Mauad X, 2019. DE AZEVEDO, André Nunes. A Grande Reforma Urbana do rio de Janeiro: Pereira Passos, Rodrigues Alves e as Ideias de Civilização e Progresso. Brasil: Mauad X, 2017.

Matheus Araújo - Brazilian History
Matheus Araújo
Idealizador e Editor no Brazilian History | Local na rede Internet

Matheus é empreendedor na Araujo Media, onde atua como CEO e Diretor de Criação. Ele compartilha análises em seu blog pessoal "blog.matheusaraujo.me" e atualmente está cursando Publicidade e Propaganda. Além disso, é apaixonado por história, em especial a do Brasil, o que o levou a se tornar fundador e editor do portal Brazilian History.