Não é segredo para ninguém o caso da revogação da Ordem do Mérito Princesa Isabel pelo Ministério dos Direitos Humanos, que é visto por Dom João de Orleans e Bragança, bisneto da princesa Isabel, como “mais uma vingativa primazia” da governos recentes. A Ordem, criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em dezembro do ano passado, agora foi revogada pelo governo Lula, que instituiu o Prêmio Luiz Gama de Direitos Humanos em seu lugar.
Luiz Gama foi um importante abolicionista, advogado e escritor brasileiro do século XIX. Nascido em 1830, provavelmente na cidade de Salvador, Bahia, Luiz Gonzaga Pinto da Gama, popularmente conhecido como Luiz Gama, teve uma vida marcada pela incansável defesa da liberdade e dos direitos dos afro-brasileiros. Gama ficou conhecido por seu trabalho como advogado, defendendo indivíduos escravizados que buscavam sua liberdade por meio de processos judiciais. Estima-se que ele libertou mais de 500 escravos ao longo de sua carreira, empregando argumentos jurídicos inovadores para contestar a legalidade da escravidão.
Dom João, mais conhecido como Dom Joãozinho, vê a medida como um ato político, “baseado na polarização mesquinha” do Brasil atual. Ele afirma que não considera injusta a homenagem a Gama, “muito pelo contrário”. Na opinião do neto da princesa Isabel, Luiz Gama foi tão importante quanto a avó na abolição da escravatura no Brasil. “Sem outras forças abolicionistas, nada teria acontecido”, afirma. João também menciona José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, e André Rebouças como merecedores de semelhantes distinções.
O príncipe Joãozinho demonstra exatidão ao elogiar a Medalha Luiz Gama, ao mesmo tempo em que ressalta que não se deve difamar a princesa Isabel por rivalidade fútil que só diminui a importância e o valor da causa abolicionista e dos ativistas abolicionistas no Brasil.
Matheus Araújo
Matheus é empreendedor na Araujo Media, onde atua como CEO e Diretor de Criação. Ele compartilha análises em seu blog pessoal "blog.matheusaraujo.me" e atualmente está cursando Publicidade e Propaganda. Além disso, é apaixonado por história, em especial a do Brasil, o que o levou a se tornar fundador e editor do portal Brazilian History.