Conheça todas as moedas que o Brasil já teve! As cédulas e moedas são parte integrante de nossas vidas diárias e, muitas vezes, as usamos sem prestar atenção à sua história ou características únicas. No Brasil, ao longo dos anos, várias cédulas e moedas foram cunhadas, cada uma com sua própria história e detalhes fascinantes. Neste texto, embarque em uma viagem fascinante para desvendar os segredos e curiosidades sobre a moeda utilizada no Brasil ao longo dos tempos.
RÉIS (1575-1889)
O nome “réis” vem de “real”, a moeda usada por Portugal nos primórdios da colonização. Oficialmente, a moeda portuguesa começou a circular no Brasil em 1568. A primeira vez que “réis” foi usado em um documento foi em 1575, embora a moeda só tenha sido oficialmente estabelecida em 1645. A partir de então, a moeda brasileira passou a se chamar “ réis.” Durante o período do Império brasileiro, as cédulas e moedas de “réis” estavam no centro do sistema monetário do país. Esses elementos tangíveis de nossa história possuem características únicas, símbolos representativos e uma riqueza cultural inestimável.
Em todo o Império brasileiro, as cédulas de “réis” foram emitidas em diferentes denominações, refletindo a necessidade de um papel-moeda para complementar as moedas metálicas. Essas notas apresentavam símbolos e elementos representativos da monarquia, como o brasão imperial, retratos de monarcas reinantes e cenas históricas ou alegóricas. As cédulas de “Réis” eram utilizadas em transações comerciais e financeiras, e cada uma tinha seu valor impresso, permitindo a circulação de maiores quantias de dinheiro.
Tanto as cédulas quanto as moedas de “réis” eram adornadas com símbolos que refletiam a identidade do Império brasileiro. Entre os elementos presentes, destacaram-se retratos de monarcas como Dom Pedro I e Dom Pedro II, além de figuras alegóricas representando a liberdade, a justiça, a agricultura e a indústria, além de símbolos da nobreza e do poder imperial. Esses símbolos expressavam os valores e a história da época, tornando cada nota e moeda uma peça única e valiosa.
CRUZEIRO (1942-1967)
Em 1942, o Brasil passou por uma mudança significativa em seu sistema monetário com a adoção do “Cruzeiro” como a nova moeda. As cédulas e moedas do “Cruzeiro” tornaram-se elementos essenciais na economia do país, refletindo não só o seu valor financeiro como também o contexto histórico da época. A adoção do “Cruzeiro” como nova moeda em 1942 ocorreu durante um período de instabilidade econômica e inflação. O principal objetivo era simplificar o sistema monetário, estabilizar os preços e impulsionar a economia do país. O nome “Cruzeiro” foi escolhido em referência à constelação do Cruzeiro do Sul, importante símbolo nacional.
Além das cédulas, também foram cunhadas moedas do “Cruzeiro”. As moedas de menor valor, como 1, 5, 10 e 20 centavos, eram feitas de bronze ou cuproníquel, enquanto as de maior valor, como 50 centavos e 1 “Cruzeiro”, eram produzidas em prata. As moedas do “Cruzeiro” apresentavam símbolos nacionais, como o brasão do Brasil e a efígie da República.
CRUZEIRO NOVO (1967-1970)
Em meio a um cenário de inflação e desequilíbrio econômico, o Brasil passou por uma significativa reforma monetária em 1967, resultando na criação do “Cruzeiro Novo”. Essa mudança impactou diretamente as cédulas e moedas em circulação, trazendo novos valores e designs. O “Cruzeiro Novo” foi introduzido em 1967 como uma resposta à escalada da inflação e à necessidade de estabilizar a economia brasileira. Substituindo o antigo “Cruzeiro”, esta nova moeda visava simplificar o sistema monetário e combater a desvalorização da moeda nacional. A passagem para o “Cruzeiro Novo” ocorreu em um período de desenvolvimento e modernização do Brasil.
As notas do “Cruzeiro Novo” apresentavam um novo desenho, com elementos que refletiam a identidade nacional e a história do país. As notas foram impressas em várias denominações, como 1, 2, 5, 10, 50, 100 e 500 “Cruzeiros Novos”. Os desenhos das cédulas representavam personalidades, paisagens, monumentos históricos e símbolos nacionais brasileiros, criando uma identidade visual única para a nova moeda.
CRUZEIRO (1970-1986)
As cédulas e moedas do “Cruzeiro” de 1970 no Brasil representam um capítulo importante na história monetária do país. Durante esse tempo, o Brasil vivia um período de instabilidade econômica e mudanças políticas significativas. O “Cruzeiro” foi a moeda oficial do país entre 1942 e 1986, e em 1970 passou por uma reforma monetária que resultou na emissão de novas cédulas e moedas. As cédulas do “Cruzeiro” de 1970 apresentavam uma variedade de denominações, com tamanhos e cores diferentes para facilitar a identificação.
As cédulas de maior valor foram representadas por figuras históricas, como a cédula de Cr$ 10.000,00 com a imagem de Carlos Gomes, renomado compositor brasileiro, e a cédula de Cr$ 5.000,00 com a figura de Machado de Assis, um dos maiores escritores do país. As cédulas de menor valor traziam ilustrações de animais, como a cédula Cr$ de 1.000,00 com a imagem de um tucano.
Embora as cédulas e moedas do “Cruzeiro” de 1970 fossem amplamente utilizadas na época, o aumento da inflação e a instabilidade econômica no país acabaram desvalorizando a moeda ao longo dos anos. Como resultado, o Brasil passou por diversas reformas monetárias nas décadas seguintes, culminando na substituição do “Cruzeiro” pelo “Cruzado” em 1986.
CRUZADO (1986-1989)
As cédulas e moedas do “Cruzado” foram introduzidas no Brasil em 1986 como parte de um plano econômico para combater a inflação que assolava o país na época. O “Cruzado” foi uma nova moeda implementada como resultado do “Plano Cruzado” lançado pelo governo brasileiro em 28 de fevereiro de 1986. Antes do “Cruzado”, o Brasil vivia um período de hiperinflação com taxas de inflação extremamente altas. A economia brasileira estava desestabilizada, os preços subiam descontroladamente e o poder de compra da moeda estava seriamente comprometido. O governo viu a necessidade de tomar medidas drásticas para reverter esse quadro e restaurar a confiança na economia.
As notas do “Cruzado” foram emitidas em diferentes denominações: 10, 50, 100, 500 e 1.000 cruzados. Cada nota apresentava um design único, retratando figuras históricas, paisagens ou aspectos culturais do Brasil. As cédulas traziam ainda elementos como a assinatura do então presidente do Banco Central e o brasão do país. O Plano Cruzado, juntamente com a introdução das novas cédulas e moedas, inicialmente conseguiu controlar a inflação no Brasil. No entanto, o plano se mostrou insustentável no longo prazo, e a inflação voltou a piorar nos anos seguintes. Isto levou à substituição das notas e moedas do “Cruzado” pelo “Cruzado Novo” em 1989.
CRUZADO NOVO (1989-1990)
As cédulas e moedas do “Cruzado Novo” no Brasil, emitidas em 1989, representam um importante período da história econômica do país. O “Cruzado Novo” foi uma moeda brasileira criada para substituir o “Cruzado” como parte do Plano Verão, um plano econômico implementado pelo governo para combater a inflação desenfreada que assolava o país na época. Antes do “Cruzado Novo”, o Brasil enfrentava uma inflação vertiginosa que prejudicava a estabilidade econômica e o poder de compra da população. Em busca de uma solução, o governo lançou em janeiro de 1989 o Plano Verão, que previa a mudança da moeda nacional. O “Cruzado Novo” foi introduzido como uma nova unidade monetária, substituindo o “Cruzado” na proporção de 1.000 para 1.
No entanto, apesar dos esforços para estabilizar a economia, o “Cruzado Novo” não conseguiu resolver os problemas de inflação do Brasil. A hiperinflação persistiu e, posteriormente, em março de 1990, a moeda foi substituída pelo “Cruzeiro” – sim, o Cruzeiro voltou em mais uma tentativa de conter a inflação.
CRUZEIRO (1990-1993)
As cédulas e moedas do “Cruzeiro” no Brasil em 1990 representaram um período de transição econômica e mudanças significativas no sistema monetário do país. O “Cruzeiro” foi uma das moedas mais importantes da história do Brasil, tendo sido adotado em diferentes períodos ao longo do século XX. No início da década de 1990, o Brasil vivia um forte período inflacionário que afetava diretamente a economia e o poder de compra da população. Nesse contexto, havia a necessidade de uma reforma monetária para conter a hiperinflação e estabilizar a moeda nacional. Foi no dia 16 de março de 1990 que entrou em circulação o novo “Cruzeiro”.
As cédulas do “Cruzeiro” de 1990 tinham características distintas das cédulas do período anterior. As cores predominantes foram lilás para a nota de 10 “cruzeiros”, verde para a nota de 50 “cruzeiros” e marrom para a nota de 100 “cruzeiros”. As cédulas apresentavam elementos representativos da cultura e da história brasileira, como efígies de personalidades importantes, cenas do cotidiano, paisagens e monumentos. Além disso, eles incluíram recursos de segurança como marca d'água, faixa holográfica e um número que muda de cor dependendo do ângulo de visão.
Já as moedas do “Cruzeiro” de 1990 foram cunhadas em aço inoxidável, substituindo as antigas moedas de alumínio que vinham sendo utilizadas. As denominações das moedas eram 1, 5, 10 e 50 “cruzeiros”. Eles tinham diferentes tamanhos, espessuras e desenhos, permitindo uma fácil identificação. Os temas retratados nas moedas também remetiam à cultura e à história brasileira, com imagens como o brasão nacional e figuras representativas da fauna e da flora do país. No entanto, apesar dos esforços para estabilizar a economia, a nova moeda “Cruzeiro” não conseguiu conter a inflação. A situação económica continuou a deteriorar-se e, em 1993, tornou-se necessária a criação de uma nova moeda, o “Cruzeiro Real”.
CRUZEIRO REAL (1993-1994)
As cédulas e moedas do “Cruzeiro Real” no Brasil, lançadas em 1993, representaram uma importante transição na história monetária do país. Este período marcou uma mudança significativa na moeda brasileira, substituindo o “Cruzeiro” pelo “Cruzeiro Real” como unidade monetária. As moedas do “Cruzeiro Real” também foram introduzidas neste período. Eles foram feitos de aço inoxidável, tornando-os duráveis e resistentes ao desgaste diário. As moedas tinham tamanhos e valores diferentes, permitindo uma ampla gama de transações em dinheiro.
Uma característica marcante das cédulas e moedas do “Cruzeiro Real” foi a presença de importantes figuras históricas da história brasileira. Personalidades como Getúlio Vargas, Santos Dumont, Marechal Deodoro da Fonseca e Carlos Gomes foram homenageados, destacando a cultura e a história do Brasil. No entanto, em 1994, o “Cruzeiro Real” foi substituído pelo “Real” como moeda oficial do Brasil. Essa mudança visava aprimorar ainda mais o sistema monetário e consolidar os avanços alcançados com o Plano Real.
REAL (1994-PRESENTE)
Agora chegamos à moeda corrente do Brasil. O “Real”, moeda oficial do Brasil, foi introduzido em 1994 durante o governo do presidente Itamar Franco, com o objetivo de estabilizar a economia e combater a hiperinflação que assolava o país. O lançamento do Real representou um marco na história econômica do Brasil e trouxe uma série de mudanças nas formas de pagamento utilizadas pela população. A introdução das cédulas e moedas do Real foi um marco importante para a estabilidade econômica do Brasil. A nova moeda representou um avanço significativo no combate à inflação descontrolada, inspirando confiança nos cidadãos e investidores. Além disso, as cédulas e moedas do Real tornaram-se símbolo nacional, reconhecidas e utilizadas em todo o território brasileiro.
Em relação às moedas, foi introduzido o real com valores de 1, 5, 10 e 50 centavos, além de 1 real. As moedas tinham diferentes tamanhos, cores e materiais, facilitando a identificação e o uso no dia a dia. Cada uma delas trazia no verso elementos que representavam a fauna brasileira, como o beija-flor, a onça-pintada, o mico-leão-dourado, a tartaruga marinha e o cruzeiro-do-sul.
Matheus Araújo
Matheus é empreendedor na Araujo Media, onde atua como CEO e Diretor de Criação. Ele compartilha análises em seu blog pessoal "blog.matheusaraujo.me" e atualmente está cursando Publicidade e Propaganda. Além disso, é apaixonado por história, em especial a do Brasil, o que o levou a se tornar fundador e editor do portal Brazilian History.